Para fugir de um ensopado
Pra lá de apimentado
O pato doido, deu no pé...
Quase caiu na boca do jacaré
Que não o comeu por causa do chulé.
Encontrou um gato pra lá de doméstico
Que escrevia texto poético
Rimando olhos com repolhos.
O patão comeu ração
De montão
E no pescoço
Ficou um caroço
Engasgado, caiu no poço
Com o rabo molhado
Voou pro telhado
Recém pintado.
Algumas ricas plumas
Ficaram pintadas
A tinta secou
A asa colou
E o pato doidão
Suave ave
Não mais voou.
Denise Severgnini
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