Xeriquita a gatinha manhosa


XERIQUITA A GATINHA MANHOSA
- história em rima - Irani Gennaro
 
 
Hoje o dia vai ser lindo! Tem festa pra garotada,
É aniversário da Tita; Olha que sala enfeitada!
Xeriquita, sempre atenta, vendo o que está se passando,
Vai de um lado ao outro, xereteando, xereteteando.
 
Mamãe comprou tantas coisas! Tartarugas, bonequinhos,
Bexigas, línguas de sogra, girafas e palhaçinhos.
Mas ... que coisa esquisita é essa que está no meio da sala?
Xeriquita chega bem perto, e depois se afasta assustada!
 
Que horror! Pensa ela, miando, será monstro, ou assombração?
Se for arranco-lhe os olhos, e dou-lhe um belo arranhão!
Mas não é  monstro nem nada, uma surpresa é o que é!
Foi a mãe da Tita quem fez, aquele enorme jacaré!
No corpo, ela usou isopor, encapou com laminado,
Fez olhos com bola de gude, e um bocão arreganhado.
 
Mas, dentro do jacaré, ela colocou o presente da Tita!
Uma blusa de crochê, entrelaçada de fita.
D. Olga, sua mamãe, passou dias crochetando,
O trabalho era  delicado, demorou a ficar pronto.
 
Finalmente, o resultado! Não da nem para explicar;
Ficou tão linda, tão linda, que Tita, iria adorar;
Porém ... Xeriquita avança pra cima daquela coisa,
E tanto arranha que arranha, que os dois olhos lhes arranca;
Depois, entra pela boca escancarada do bicho,
Mas é ai que ela causa o seu maior rebuliço.
 
Puxou tanto com os dentes, o pacote do presente,
Que estraçalhou como quê, a linda blusa de crochê.
Xeriquita, mia, e mia, chamando pra si atenção,
Em meio aos emaranhados, de fitas e laminados.
 
Mas, quando ela vê D. Olga, logo corre a pular em seu colo,
E lambe-lhe o pescoço, a testa, rosto e os olhos,
Choramingando baixinho, querendo ganhar proteção,
Como se ela é quem fosse de fato, o alvo da assombração.
 
Xeriquita, Xeriquita, que malandrinha dengosa!
Quem vai resistir ao seu charme? Sua gatinha manhosa.
 
MORAL DA HISTÓRIA
Não da para julgar com rigor,
Quem tentou nos fazer um favor.
 


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