UM CONTO
REAL
Em um sábado qualquer, ou outro
dia da semana, estava o garotinho sentado perto do ponto do ônibus, cabisbaixo.
Nada pedia, não olhava os que
ali transitavam.
Ás vezes suspirava, seus olhinhos
brilhavam, como se fossem lágrimas ou súplicas.
Não queria pedir, não queria
implorar, em seu coraçãozinho queria apenas que alguém entendesse a situação
dele, que nem ele mesmo entendia o por quê.
O vai e vem de pessoas, não o
intimidava.
Estava escurecendo, o tempo havia mudado, a chuva logo cairia.
Mas,
ir para onde?
Tinha família, mas tinha de manter ou ajudar a manter esta família
que apesar de simples era unida.
Não sabia pedir.
Seus olhos imploravam.
“Preciso de ajuda”
“Preciso trabalhar” preciso de um teto.
Nada.
Todos olhavam
com piedade mas ninguém ainda havia parado para saber o que aquela pobre criança
tão frágil realmente queria.
Talvez quisessem que ele
humilhasse, roubasse e saísse correndo para ajudar os seus.
Nada aconteceu.
Veio
a chuva e molhou o corpo e a alma daquela pobre criança.
Ela chorou, chorou sem
entender porque tanta coisa era diferente na vida.
Só queria um teto, um
aconchego, roupa limpa e sentir criança...
Talvez alguém tenha ajudado
aquela criança no mesmo dia, porém todo dia é um recomeço e péssimo para muitas
crianças sem lares, sem formação e sem alimento.
Deus Meu, por quê?
É justo?
Até
quando veremos este quadro!!!
Cada dia a violência aumenta mais, destruindo a
humanidade.
Onde está a união?
Onde está o irmão que deve estender as mãos aos
mais carentes?
Quando Meu Deus?
Ajude-nos,
suplicamos.
Se dez por cento da população do
mundo saísse no arrastão da solidariedade, tentando alimentar, agasalhar, dar
uma palavra de carinho ou um sorriso a quem precisa, alguma coisa mudaria.
Por
um minuto vamos refletir sobre isto?