Bernardo sempre gostou de namorar.
Sempre dado a muitas conquistas.
Rapaz de conversa fácil, muito sedutor, tinha
muita facilidade para conseguir namoradas.
E as meninas de sua
cidade não lhe resistiam.
Por estar sempre com três ou quatro
namoradas ao mesmo tempo, acabou conseguindo o título de
“Sultão”,
e as meninas que cediam à sua sedução eram conhecidas como suas
“odaliscas”.
Mas todo conquistador
tem seu dia fatal.
Um dia, conheceu Elvira,
encantadora morena de lindos olhos ver-des.
Ao vê-la, não perdeu tempo, e logo quis colocá-la
em sua lista de
“odaliscas do sultão”.
Apesar de conhecer a
fama do rapaz, ela se encantou com seu jeito matreiro, mas decidiu
que não seria apenas
“mais uma odalisca”,
e não cedeu de imediato, procurando resistir sem cair na rede.
Pelo contrário, usou de sua sedução para
conquistá-lo.
Com muito jeito, fez o rapaz sentir que não teria
as mesmas facili-dades que sempre tivera em comquistas anteriores.
Bernardo sentiu-se meio perdido.
Pela primeira vez encontrava resistência.
A danada da morena era linda demais, e acenava-lhe
com jeitinho matreiro, prometendo delícias mil.
Mas teria que saber conquistá-la.
Quanto mais insistia, mais se enredava na teia
preparada pela esperta menina.
Quando ela sentiu que o conquistador estava conquistado, deu a cartada
final.
Não seria apenas mais uma das “Odaliscas do Sultão”,
mas sim, apenas aceitaria a condição de “Favorita
do Sultão”.
Aliás, do
“Ex-Sultão”, pois Bernardo
teria que esquecer as outras odaliscas, vivendo apenas para
Elvira, a Odalisca Moderna, que com seu encanto sedutor e fatal,
encerrou a carreira do Sultão de Arcoazul.
Ninguém acreditava
naquele casamento, pois todos acreditavam que logo Bernardo estaria de
volta às suas conquistas.
Mas o conquistador foi irremediavelmente
conquistado.
E hoje, ele olha para
seus netos, e não se arrepende de ter muda-do de vida.
Ficaram as doces lembranças das aventuras antes
vividas, e os gostosos prazeres de uma vida em família.
Realmente, a vida tem
suas surpresas.