Partilha Te entrego quadros, livros, cobertores, - e o ciúme, sempre tão sem fundamento! -; também cada panela... e "Os Três Tenores"... - por fim, se esgota o veio do tormento -. A casa... E esse jardim sempre sem flores... - qual foi nosso viver: de amor isento!-; os móveis - e quaisquer outros valores... É tudo teu, sem queixas, sem lamento. Comigo... vão uns restos de esperança, pedaços de um sonhar, que não se cansa, de acreditar que a vida não morreu. Comigo, do existir, a liberdade, e o alívio de não mais sentir saudade de tudo quanto fui... e ainda sou eu! Patrícia Neme |